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terça-feira, 15 de março de 2011

CAOS NO LITORAL - Exército vai emprestar helicóptero e ponte metálica para ajudar o litoral

Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo / A ponte sobre o Rio Jacareí, no km 18, foi uma das que foram destruídas pela chuva na Serra
A ponte sobre o Rio Jacareí, no km 18, foi uma das que foram destruídas pela chuva na Serra
Ações fazem parte de medidas prometidas pela presidente Dilma Roussef, durante conversa com o governador Beto Richa. Estado decretou calamidade pública para Morretes e Antonina nesta terça
O Exército vai emprestar um helicóptero e uma ponte metálica para ajudar os municípios do litoral do Paraná atingidos pela chuva. A estrutura de ferro, segundo o governo, deve ser utilizada na BR-277 e substituirá uma das pontes danificadas. O equipamento será retirado de Porto União, cidade catarinense na divisa com o Paraná.

O helicóptero militar deve transportar equipamentos para reconstruir a estação de tratamento de água de Paranaguá. A aeronave tem capacidade para levar cargas de até 4 toneladas e atualmente está no interior de São Paulo, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná.

Nem tudo é culpa da natureza
Depois de sobrevoar a região da Serra da Prata e andar por várias regiões atingidas por deslizamentos durante o dia de ontem, principalmente no município de Antonina, a equipe do Centro de Apoio Científico em Desastres da Universidade Federal do Paraná (Cenacid) começa a apontar para uma mescla de responsabilidades, naturais e humanas, pela tragédia.
Safra de grãos está “interditada”
Grãos
A dificuldade de acesso ao litoral pode dificultar ainda mais o escoamento da safra paranaense, que já vinha sendo prejudicado pela lentidão no carregamento dos navios atracados no Porto de Paranaguá. Como os caminhões ainda não chegaram ao porto e a ferrovia – responsável pelo transporte de 30% da colheita – tende a ficar bloqueada até esta terça-feira, pode faltar espaço para armazenar grãos no interior. Algumas cooperativas afirmam que têm condições de estocar a colheita por apenas mais uma semana. Na outra ponta, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) admite que poderá faltar carga para os navios, o que geraria uma fila de embarcações.
Com frente fria se deslocando, intensidade das chuvas diminuiu no Litoral
Uma frente fria que se desloca pelo oceano na costa do Paraná deve deixar o estado entre terça (15) e quarta-feira (16), fazendo com que a intensidade das chuvas diminua, especialmente no Litoral, que é a região mais afetada por esta circulação. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, chuvas com mais intensidade devem ocorrer ainda nesta segunda-feira (14), mas a previsão é de que o volume das precipitações seja reduzido gradativamente nos próximos dias.
Apesar da diminuição das precipitações, o tempo vai permanecer instável na região e há possibilidade de que volte a chover na quinta-feira (17). Já na sexta (18), há previsão de pancadas de chuva com trovoadas.
Doações
A prefeitura de Curitiba e o Governo do Paraná criaram campanhas para arrecadar donativos aos moradores do Litoral afetados pelas chuvas.
O que doar: Serão arrecadados cobertores, colchonetes, roupas e, principalmente, água mineral.
Onde: supermercados da Rede Big, Mercadorama e Condor, pontos de coleta do Provopar, postos do Corpo de Bombeiros e Fundação de Ação Social (Rua Eduardo Sprada, 4.520, Campo Comprido).
Outro ponto de arrecadação é a sede da Serra Verde Express, na Rodoferroviária de Curitiba (rua Presidente Affonso Camargo, 330, Curitiba).
*Doações de colchões: barracão da Defesa Civil, Rua Sergipe, 1.712, Vila Guaíra, Curitiba.
Informações: (41) 3350-2607.
Situação de emergência x estado de calamidade pública
O chefe da seção operacional da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil no Paraná, capitãoEduardo Gomes Pinheiro, explicou a diferença entre os desastres e de que forma eles são classificados:
Desastre de nível 1 – São pequenos desastres e também podem ser considerados acidentais. Trazem impacto restrito para o município por se tratar de um evento pontual, que a própria administração local tem condições de resolver. Não caracteriza uma situação anormal.
Desastre de nível 2 – São desastres de médio porte, mas que também podem ser superados pelo município ou estado sem a necessidade de auxílio externo. Também não caracteriza uma situação anormal.
Desastre de nível 3 – São desastres de grande porte. Eventos com esta intensidade indicam que o município ou estado tem condições de resolver a situação apenas com os próprios recursos, mas necessita de complementação do governo estadual ou federal, respectivamente. Caracterizam situação de emergência (SE).
Desastre nível 4 – São chamados de desastres de muito grande porte. Indicam que a situação na qual se encontra o município o estado só será superada com o auxílio de governos e órgãos externos. Geralmente são eventos que provocam a descaracterização da organização do município ou estado. O estado de calamidade pública (ECP) representa um desastre de nível 4.
Mortes em Antonina
Duas pessoas morreram soterradas depois que um deslizamento de terra provocou o desabamento de casas em Antonina nesta sexta-feira (11), segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Morretes e Antonina, tenente Taylor Machado.
Prefeito de Morretes pede ajuda
O prefeito de Morretes, Amilton de Paula, fez um apelo aos governos estadual e federal para que liberem recursos para a reconstrução do município. “Os prejuízos com estrutura de estradas, pontes, escolas e postos de saúde devem ser de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões”, diz o prefeito.
Ferrovia está interditada
Com as fortes chuvas que atingiram o litoral, os trens que fazem a ligação do Porto de Paranaguá com o restante do estado pararam de operar na sexta-feira perto do meio-dia.
Especialistas apontam semelhanças entre o Litoral do PR e a região serrana do Rio
O desastre natural ocorrido na região deMorretes e Antonina, no litoral paranaense, nos últimos dias, é semelhante à tragédia registrada em janeiro passado na região serrana do Rio de Janeiro. A formação geológica da área em que foi registrado o maior desastre natural do país, no começo do ano, tem as mesmas características da região atingida aqui no Paraná – as duas localidades fazem parte da mesma Serra do Mar
Relatório da Defesa Civil – boletim das 9h de terça-feira
PARANÁ:
Total de pessoas afetas – 24.918
Residências danificadas – 2.981
Desabrigados – 1.477
Desalojados – 8.843
ANTONINA:
Residências danificadas: 300
Residências destruídas: 20
Desalojados: 600
Desabrigadas: 150
Mortes: 02
MORRETES:
Residências danificadas: 2.450
Residências destruídas: 85
Desalojados: 8000
Desabrigados: 1.180
Desaparecidos: 02
Pessoas levemente feridas: 21
GUARATUBA:
Residências danificadas: 50
Residências destruídas: 15
Desalojados: 140
PARANAGUÁ:
Residências danificadas: 75
Residências destruídas: 40
Desabrigados: 147
Desalojados: 103
Prefeitos de Antonina, Morretes e Paranaguá estão em Brasília e também tentam conseguir recursos para a reconstrução das cidades.
Conforme a Gazeta do Povo antecipou, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assinou na manhã desta terça-feira o decreto que declara os municípios de Morretes e Antonina em estado de calamidade pública.
Acesso
O acesso à região afetada pelas chuvas continua complicado. A BR-277, onde mesmo com a liberação é difícil o tráfego, foi interditada por alguns minutos na manhã de terça-feira (15) por caminhoneiros - que desde às 20 horas de segunda-feira foram liberados para seguir viagem para o Porto de Paranaguá. O protesto durou pouco tempo e o acesso ao litoral pela rodovia continua liberado, ainda que precário.
Na BR-376, que liga Curitiba ao litoral de Santa Catarina, o trânsito está totalmente bloqueado nos dois sentidos desde a manhã de segunda-feira.
Leia abaixo toda a cobertura sobre o caos no litoral paranaense. Você pode ler pela ordem direta ou utilizar os links âncora (azuis) para navegar pelo texto aos itens sugeridos.





Ajuda federal

O Exército vai emprestar um helicóptero e uma ponte metálica para ajudar os municípios do litoral do Paraná atingidos pela chuva. A estrutura de ferro será utilizada na BR-277 e substituirá uma das pontes danificadas. O equipamento será retirado de Porto União, cidade catarinense na divisa com o Paraná.
A concessionária Ecovia informou que ainda não havia a definição de onde será instalada a ponte. Técnicos do Exército estavam na BR-277 nesta terça-feira, por volta do meio-dia, e avaliavam a situação. Algumas opções são os quilômetros 18, 24 ou 26 da estrada. Segundo a concessionária, a PR-408 é outra possibilidade. A decisão do Exército será conhecida até o fim desta semana. 

O helicóptero militar deve transportar equipamentos para reconstruir a estação de tratamento de água do Paranaguá. A aeronave tem capacidade para levar cargas de até 4 toneladas e atualmente está no interior de São Paulo, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná.

O governo federal atendeu aos pedidos de Beto Richa. Ele telefonou para a presidente da República, Dilma Rousseff, na manhã desta terça-feira. Os dois conversaram por cerca de cinco minutos e houve o comprometimento de Dilma em enviar ajuda para o litoral do Paraná.
Na expectativa de obter recursos, prefeitos de três municípios do litoral do Paraná estão em Brasília nesta terça para uma reunião no Ministério das Cidades. Os chefes do Executivo municipal de Antonina - Carlos Augusto Machado -, de Morretes - Amilton Paulo de Paula -, e de Paranaguá - José Baka Filho – tentam verba para a reconstrução das cidades do litoral e para atender à população afetada. Eles terão audiência com o ministro responsável pela pasta Mario Negromonte, segundo a Agência Estadual de Notícias.
A comitiva paranaense é composta ainda pelo secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho (irmão do governador Beto Richa) e pelo presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Mounir Chaowiche.
Richa Filho terá outra audiência em Brasília na quarta-feira (16). O secretário deve se reunir com representantes do Ministério do Transportes e pretende conseguir verba para o conserto das estradas do litoral. Ele almeja discutir projetos sobre o transporte aéreo e ferroviário no Paraná.


Calamidade pública


Conforme a Gazeta do Povo já havia antecipado, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assinou na manhã desta terça-feira o decreto que declara os municípios de Morretes e Antonina em estado de calamidade pública.

A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil recebeu documentos dos municípios, como os decretos e a Avaliação de Danos (Avadan), e encaminhou à Procuradoria-Geral do Estado.
A Procuradoria estudou os documentos e a melhor forma legal de declarar o estado de calamidade para esses municípios.
O decreto reforça a necessidade de contar com recursos do governo federal para a reconstrução das cidades. A avaliação da liberação das verbas do Ministério da Integração Nacio­nal é feita por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Antes do governo do Paraná, a prefeitura de Morretes decretou estado de calamidade pública no domingo (13).
Guaratuba decretou situação de emergência na segunda-feira (14) e Paranaguá havia tomado essa providência na sexta-feira (11).

Estradas

BR-277 foi interditada por alguns minutos na manhã de terça-feira (15). Caminhoneiros fecharam a rodovia antes do pedágio, entre 11 horas e 11h30. A PRF solicitou que os caminhões descessem aos poucos e a passagem de automóveis estava liberada. A categoria não aprovou a atitude da PRF e bloqueou a rodovia.
Policiais rodoviários federais conversaram com os caminhoneiros e liberaram a BR-277. Com a fim da manifestação, a situação da rodovia voltou ao patamar anterior ao protesto: tráfego de veículos leves e pesados permitido, mas bastante lento.
Caminhões foram liberados para descer a Serra do Mar no fim da noite de segunda-feira, por volta das 21 horas. Os veículos seguem para o Porto de Paranaguá, onde é escoada a safra. No quilômetro 26, onde restou somente uma das duas pontes, é liberada a passagem de um caminhão de cada vez, segundo a concessionária.
Com os veículos pesados trafegando no sentido Curitiba-Paranaguá, o trânsito ficou mais lento na rodovia. Apesar disso, os automóveis e motos faziam o percurso em cerca de três horas, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. O tempo normal é de 1h30 e levava até 8 horas na segunda-feira.
A BR-227 continua sendo uma das rotas possíveis para deixar o litoral do Paraná. A orientação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é de que somente quem tem extrema necessidade pegue a estrada. Há risco de novos deslizamentos e a estrada poderá ser fechada novamente. A Estrada da Graciosa (PR-410) era outro caminho que pode ser utilizado para deixar o litoral. A Polícia Rodoviária Estadual alerta que a rodovia poderá ser fechada a qualquer momento e recomenda prudência na estrada. Também vale a recomendação para trafegar apenas em casos emergenciais.
A praça de pedágio estava operando nesta terça. A BR-277 está liberada para o trânsito de caminhões, veículos leves, ônibus de passageiros e veículos que transportam donativos. Do quilômetro 12 ao 29, o trânsito estava em meia-pista nesta manhã.
A PR-410 (Estrada da Graciosa) estava parcialmente liberada e também era utilizada para deixar o litoral. Os motoristas devem contonar a localidade de São João da Graciosa. A recomendação da PRE é evitar o trecho entre os quilômetros 20 e 30, onde ainda há obras do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Deve-se contornar esse trecho pelo centro de Morretes e depois voltar para a PR-410. A seguir, os motoristas devem trafegar até a BR-116 e pegar as pistas de retorno para Curitiba.
As PRs 408 e 411, que fazem a ligação para Morretes e Antonina, foram liberadas para o tráfego na manhã de segunda-feira.
Outro caminho utilizado no domingo foi interditado nesta segunda e permanecia fechado na terça-feira. Uma queda de barreira na BR-376 impede que os motoristas deixassem o litoral passando por Garuva (SC) desde o início da manhã de segunda-feira.

Possíveis desvios

A recomendação da PRF e da Autopista continua sendo usar os caminhos alternativos. Os motoristas que precisam ir de Santa Catarina para o Paraná e estão na BR-101/SC podem sair da rodovia no km 113 (região de Itajaí), acessar o km 184 da BR-470/SC (passando por Blumenau, Ibirama e Rio do Sul) até a cidade de São Cristóvão do Sul (SC) e pegar a BR-116 até Curitiba.
Os usuários que estão em Curitiba e precisam viajar a Santa Catarina podem fazer o caminho inverso: seguir pela BR-116 até o km 84 (São Cristóvão do Sul), acessar a BR-470/SC e chegar à BR-101/SC por Itajaí (km 113).
A queda de barreira causou interdição do quilômetro 630 da BR-376, em São José dos Pinhais, até o 27 da BR-101, em Piraberaba (SC), onde há o acesso para a Serra da Dona Francisca. Outra possibilidade para quem pretende seguir para Santa Catarina é pegar um desvio pela BR-116, para depois possa voltar à BR-101 (a partir do quilômetro 27), de acordo com a concessionária Autopista Litoral Sul.
Para seguir do Paraná para Santa Catarina é preciso trafegar pela BR-116 até o quilômetro 4, na região de Mafra. Nesse trecho deve-se acessar a BR-280, depois a Serra Dona Francisca e então voltar para a BR-101, em Pirabeiraba, região de Joinville.
Para sair de Santa Catarina e voltar ao Paraná deve-se fazer o caminho inverso, segundo a concessionária.



Ônibus
A Urbanização de Curitiba S.A (URBS) informou que a empresa Expresso Maringá suspendeu todas as viagens entre Curitiba e o litoral na tarde de segunda-feira (14). Pela manhã, apenas um ônibus fez o trajeto.
Com relação à empresa Graciosa, cinco veículos desceram para o litoral na tarde de segunda-feira. Habitualmente são, em média, 40 viagens no sentido Curitiba-litoral.
A Graciosa informou que não tinha uma estimativa do tempo que cada viagem levava. Em condições normais, o percurso entre Curitiba e o litoral é feito em 1h30. Ainda não foi feito o levantamento dos prejuízos por causa do cancelamento de viagens.

Trem

Não é possível deixar o litoral de trem, pois as viagens de passageiros foram suspensas até o próximo domingo (20), de acordo com a empresa Serra Verde Expressa. O percurso foi suspenso na última sexta-feira (11). A estimativa da empresa é de que 18 viagens (ida e volta) serão suspensas até 20 de março.
Reconstrução na BR-277 deve levar 6 meses
Na BR-277, a Ecovia estima que as obras de reconstrução das pontes e das pistas, que já começaram a ser feitas, sejam concluídas em até 180 dias, se as condições do tempo forem favoráveis. Provisoriamente, estão sendo construídas estruturas de metal e ferro que serão instaladas no lugar das pontes que caíram nos km 18 e 24. As informações atualizadas podem ser consultadas pelo twitter da Ecovia (@ecovia) ou da PRF (@PRF191PR)

Situação em Antonina e Morretes


Aumentou o número de pessoas desabrigadas em Morretes, segundo o último levantamento da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, divulgado às 9 horas de terça-feira (15). Eram 1.180 pessoas instaladas em abrigos. O órgão havia informado no fim da tarde de segunda-feira que eram 680.

O número de pessoas desalojadas em Antonina dobrou entre domingo e segunda, de acordo com a Defesa Civil. Foram afetados 1.500 moradores, sendo que 600 estão desalojados e 150 desabrigados. As chuvas danificaram 300 residências e destruíram outras 20.
As três agências bancárias de Morretes não funcionaram na segunda-feira (14). Além de estarem fechadas, os caixas eletrônicos das agências da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Itaú foram danificados pelas fortes chuvas que atingiram o litoral e também não podiam ser utilizados pela população. Uma solução encontrada pelos moradores era pagar contas na única lotérica do município. Para quem é cliente da caixa econômica, o estabelecimento também era utilizado para saques. Havia longa fila nessa lotérica na tarde de segunda.
Água, gasolina e determinados alimentos começam a faltar no litoral do Paraná. A interdição na BR-277 entre sexta-feira (11) e domingo (13) fez com que fornecedores dos supermercados de Antonina não conseguissem chegar ao município. Com isso, a situação na cidade é de que determinados alimentos começavam a faltar. Em alguns comércios faltavam biscoitos, em outros carnes e ainda alimentos de preparo rápido. Apesar da situação, não se pode afirmar que faltam alimentos na cidade. Como foi dito, há dificuldade para encontrar produtos pontuais.
O grande problema de Antonina é de que não há água mineral para se comprar na cidade. Os moradores podem conseguir alimentos, água e leite na estrutura montada pela Defesa Civil, na Estação Ferroviária.
Outro ponto de distribuição de água é em um colégio na Ponta da Pita, segundo a Defesa Civil. No local funciona uma escola municipal e um colégio estadual. O endereço é Rua Engenheiro Luiz Augusto Leão Fonseca, 923.
Além disso, não há gasolina nos postos de combustível. Os motoristas encontram apenas álcool.
A região mais afetada em Antonina pela chuva foi a do bairro Laranjeiras. O que se pôde observar logo na chegada ao município é de que há muitas casas soterradas. As ruas próximas à rodoviária estão cheias de barro, porém, os veículos ainda conseguiam passar com dificuldades.
A Defesa Civil havia liberado a entrada dos moradores da região do Mirante das Pedras, no Centro, em suas casas, para que tentassem salvar alguns pertences. A autorização foi suspensa porque havia risco de deslizamentos de terra e de pedras do morro.
Em casos emergenciais, a orientação é para que a população de Antonina procure a Polícia Rodoviária Estadual, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Esses órgãos estão auxiliando a população a sair de Antonina em situações de urgência.

1,5 mil casas novas

Será necessário construir 1.500 casas para atender todas as pessoas atingidas pelas chuvas emAntonina, disse o prefeito da cidade, Carlos Augusto Machado, na tarde de segunda-feira (14). De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil, cerca de 750 pessoas tiveram que deixar suas casas. Mas este número deve subir, porque muitas famílias devem ser retiradas de áreas de risco.
O prefeito Carlos Augusto Machado foi a Brasília nesta terça, onde deve se reunir com senadores da bancada paranaense, para negociar a liberação de verba para a reconstrução da cidade. “Ainda não temos uma estimativa de quanto de dinheiro será necessário, mas há muita coisa para fazer. É praticamente construir uma cidade nova”, disse.
Além da destruição deixada pela enxurrada, a população enfrenta falta de água. A rede que liga a estação de captação à estação de tratamento foi destruída em um ponto cerca de quatro quilômetros antes de chegar à cidade. Depois que os técnicos fizeram os reparos, novos deslizamentos, na noite de domingo, voltaram a danificar a rede. Mais de 50% do município está sem abastecimento. Segundo o prefeito, a estimativa era que toda a cidade voltasse a ser abastecida até o final desta segunda-feira.
Outro problema da cidade é a falta de alguns produtos, entre eles água mineral. Além disso, era difícil encontrar gasolina nos postos de combustível. A região mais afetada em Antonina pela chuva foi a do bairro Laranjeiras, onde muitas casas ficaram soterradas. As ruas próximas à rodoviária ficaram cobertas de barro.

Situação em Paranaguá

As aulas da rede municipal, estadual e particular foram suspensas nesta segunda-feira (14) em Paranaguá em razão da falta de água tratada. O abastecimento continuava interrompido para 100% da cidade na manhã desta segunda-feira, segundo o diretor da empresa Água de Paranaguá, Mário Miller. Ele explica que a chuva levou lama e detritos para os mananciais, onde é feita a captação da água.
“Nossa estação não consegue tratar a água pois analises apontaram 100 vezes mais barros e detritos na água do que antes da chuva”, disse. A previsão inicial de que 25% do abastecimento seja retomado até a terça-feira (15) e pelo menos 50% seja normalizado até o fim de semana. 
Enquanto isso, os moradores estão sendo atendidos por 10 caminhões-pipas que estão buscando água em uma área de captação em Praia de Leste, em Pontal do Paraná.

Foram instaladas caixas d’água em cinco pontos da cidade: Aeroparque, no bairro Nilson Neves (no Corpo de Bombeiros – Rua Bento Munhoz da Rocha Neto), na Praça da Vila Cruzeiro, na Praça da Paz (Rua Manoel Correia) e na Ilha dos Valadares (Praça da Matriz).

A falta d’água afetou também o atendimento no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá. As cirurgias eletivas foram suspensas e o hospital atende apenas os casos emergenciais. Caminhões-pipa estão levando água para o hospital a cada três ou quatro horas.

Alguns estabelecimentos comerciais estão cobrando até R$ 50 por galões de 20 litros de água mineral. A população também deve denunciar, por recomendação do Ministério Público, preços abusivos que estejam sendo praticados na venda de galões de água. As denúncias podem ser feitas para a Polícia Militar. O órgão ainda reitera que a água seja usada especialmente para consumo, alimentação e higiene pessoal, sendo evitadas outras atividades.
Appa informou na tarde desta segunda-feira (14) que disponibilizou todo seu estoque de água para doar à população de Paranaguá. Cerca de um milhão de metros cúbicos foram colocados à disposição da Defesa Civil na cidade para ajudar a população que sofre com a falta de abastecimento de água desde sexta-feira (11).
Desde sábado, a Appa interrompeu o abastecimento de água nos navios para poder destinar seu estoque à população da cidade.
A população também enfrenta o desabastecimento de combustível. Em alguns postos já não se encontra mais gasolina, e nos que ainda resta combustível é grande a fila para abastecer. Com isso, a empresa Viação Rocio reduziu o número de ônibus do transporte coletivo. Confira as linhas afetadas. A falta de energia elétrica atingia 439 domicílios até a manhã desta segunda, a maioria na zona rural do município e no Morro Inglês.

Fornecimento de luz e água

De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), o número de residências sem energia no litoral era de 1.351 nesta segunda-feira. Só em Paranaguá eram 439 unidades na zona rural e no Morro Inglês. Em Morretes, Guaraqueçaba e Antonina eram 912 domicílios sem energia.
Equipes da Copel substituíram 23 postes em todo o Litoral nesta segunda(14) e outros 45 devem ser repostos nos próximos dias nas regiões mais afastadas das cidades.
A falta de água atingia 100% da cidade de Paranaguá e 50% de Antonina. Em Morretes a Sanepar retomou as atividades da estação de tratamento na noite de sábado (12), mas até esta segunda o abastecimento não havia sido restabelecido para todos os bairros.

Veja as imagens do litoral no slideshow



(Colaboraram com a matéria: Vanessa Preteano, Fabiane Ziolla Menezes, Isadora Rupp, Breno Baldrati, Fernanda Leitóles, Vitor Geron, Fernanda Trisotto e Eloá Cruz)

Fonte - Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Pov
o

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