Total de visualizações

Visite nossa Fan Page

sábado, 12 de março de 2011

Confirmadas duas mortes no Litoral; BRs bloqueadas e cidades sem luz e comunicação


Walter Alves / Agencia de Noticias Gazeta do Povo / As BRs 277 e 376, que ligam Curitiba ao Litoral do Paraná e Santa Catarina, continuam totalmente interditadas

Equipes do Corpo de Bombeiros resgatam moradores da comunidade rural de Floresta, pertencente a Morretes
A recomendação é para que as pessoas não viajem em direção às praias. Moradores isolados da comunidade rural de Floresta foram resgatados de helicóptero na tarde deste sábado



Duas pessoas morreram soterradas depois que um deslizamento de terra provocou o desabamento de casas em Antonina nesta sexta-feira (11), segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Morretes e Antonina, tenente Taylor Machado. Segundo o último boletim da Defesa Civil Estadual, o número de afetados pela chuva nas cidades do Litoral do Paraná chega a 26.500 pessoas. A chuva danificou 6.588 residências, deixou 4.560 desalojados e 83 desabrigados. Os bombeiros ainda realizam buscas por pessoas que estariam desaparecidas em Morretes e Antonina.
Walter Alves/Agência de Notícia Gazeta do Povo / Equipes do Corpo de Bombeiros resgatam moradores da comunidade rural de Floresta, pertencente a Morretes“Além da chuva de sexta-feira, houve um segundo evento na madrugada de sábado que afetou o município. Casas ficaram com água até o telhado, bombeiros perderam viaturas e muitas casas foram destruídas”, explica Machado. Ele contou que postes de iluminação e casas foram completamente arrastados pela enxurrada.
Informações das estradas
Como a linha de emergência 191 está congestionada, a melhor forma para acompanhar a atualização das estradas é pelo serviço da PRF e da Ecovia pelo Twitter.
PRF: @PRF191PR ECOVIA: @ecovia
Entrega dos jornais no litoral
Gazeta do Povo avisa que não será possível a distribuição do jornal para os assinantes e para as bancas, neste domingo, em:
Morretes; Antonina; Paranaguá e outras cidades do Litoral do Paraná. Também não haverá condições de entrega para Joinville e litoral de Santa Catarina.
Colégio Estadual Rocha Pombo, que fica no Centro de Morretes, chegou a abrigar mais de 600 pessoas, mas pouco mais de 30 continuavam no local às 15h, depois que a chuva parou.
O serviço de telefonia fixa só começou a ser normalizado no município por volta das 14h30, assim como o abastecimento de água e a energia elétrica. Segundo o tenente, o serviço de telefonia celular continuava inoperante até a tarde deste sábado.


Comunidade fica isolada por 24 horas
Desde o início da manhã, equipes do Corpo de Bombeiros fazem o resgate de moradores da comunidade rural de Floresta, pertencente a Morretes, localizada no km 18 da BR-277. Muitas casas da vila foram levadas pela força da enxurrada e até o Posto de Saúde do local foi destruído. A única forma de chegar à comunidade é de helicóptero. Os moradores estão sendo retirados e levados até a rodovia e depois encaminhados para o Centro de Aprendizagem e Integração (Caic), em Paranaguá, onde recebem alimentos.
Os primeiros bombeiros chegaram ao local, por terra, ainda na sexta-feira, mas com a chuva que atingiu a região na madrugada não conseguiram retornar e permaneceram no local durante toda a noite, junto com os moradores. Os sobreviventes contaram que só não foram levados pela enxurrada porque ficaram juntos, em um criadouro de cabritos, que fica em um ponto isolado das residências de Floresta. Juntos, aproximadamente 60 moradores ficaram esperando socorro só neste ponto da colônia.
Às 16h, 56 pessoas, principalmente crianças e mulheres já haviam sido resgatadas e outras 65 continuavam em diferentes pontos de Floresta. Seis helicópteros – três dos bombeiros, um daPolícia Rodoviária Federal e dois particulares – realizavam as buscas.
A moradora Edileuza Maria dos Santos, de 46 anos, contou que já houve enchentes no local, mas nunca alagamentos e quedas de morro nestas proporções. ”Eu tinha casa às 14h10 e às 14h20 eu não tinha mais”, conta. Segundo a moradora, o local ficou irreconhecível após a chuva.
Uma das primeiras a ser resgatada foi Maria Ermelina Alvez, de 68 anos. Ela estava visitando a filha, que mora na comunidade. Ela contou que choveu durante toda a sexta-feira (12) e houve muitos deslizamentos de terra, que arrastaram árvores. Ivanilde Xavier de Almeida, de 31 anos, que é moradora da localidade, disse que teve de se agarrar a um botijão de gás para não ser levada pela força da água.
A primeira tentativa de resgate aos moradores de Floresta ocorreu por terra, na manhã deste sábado. A reportagem da Gazeta do Povo acompanhou o trabalho dos bombeiros que tentaram chegar ao local por meio de uma trilha pela Estrada Novo Mundo, mas após 600 metros de caminhada tiveram que interromper os trabalhos por conta das fortes chuvas. Um grupo de oito pessoas conseguiu deixar a colônia após caminhar por cerca de duas horas nesta trilha. Roberto João Artei, de 57 anos, deixou a casa a pé ao lado da mulher e dos filhos quando achou que os helicópteros não dariam conta do resgate.
Os bombeiros também tentam chegar até vilas no Morro Inglês e Santa Cruz. Pelo menos 20 pessoas estariam isoladas em cada uma destas áreas.


Fornecimento de luz
Segundo a Companhia Paranaense de Energia (Copel), 6940 domicílios em todo o Litoral estão sem luz desde a tarde desta sexta-feira. A cidade de Guaraqueçaba está totalmente sem luz desde às 14h50 de sexta-feira já que diversos pontos da rede elétrica tiveram rompimentos de cabos. Ainda segundo a Copel, existe uma carga de postes e materiais para manutenção da rede elétrica que não conseguem chegar até o local já que todas as rodovias de acessos estão interditadas. A empresa não soube prever quando a situação será normalizada.


Sem comunicação
As cidades do Litoral paranaense continuam enfrentando problemas em decorrência da grande quantidade de chuva que caiu desde a noite de quinta-feira (10). A comunicação também é difícil. Em Matinhos as pessoas não conseguem acessar a internet e o sistema de telefonia também está com problemas. A rodovia BR-277 está totalmente interditada com alagamentos, quedas de barreiras e pontes que cederam. A Estrada da Graciosa, que poderia ser uma alternativa para a BR-277, também foi interditada depois que houve deslizamento em cinco pontos da rodovia.
Gazeta do Povo tentou entrar em contato com postos da Polícia Rodoviária Federal nas BRs 376e 277, mas não obteve sucesso. Uma equipe do jornal passou em alguns postos hoje pela manhã e relata que há dificuldade de comunicação mesmo entre os policiais. O número 191 está congestionado.
Os municípios de Paranaguá, Morretes e Antonina continuam com pontos de alagamento. Nesta manhã, muitos turistas que não haviam conseguido deixar a cidade, começaram a pegar a estrada. Eles estão seguindo por Garuva e São Bento do Sul, em Santa Catarina, para acessar a BR-116 e seguir para Curitiba. Essa rota, no entanto, aumenta o trajeto em pelo menos 137 quilômetros.


Rodovias continuam totalmente interditadas
Na manhã deste sábado voltou a chover nas cidades do Litoral. A rodovia BR-277 está totalmente interditada com alagamentos, quedas de barreiras e pontes que cederam. Segundo a Ecovia, são quatro os pontos mais críticos na BR277, no quilômetros 18 e 24 onde houve queda de ponte, no quilômetro 26 que está com a cabeceira comprometida e no quilômetro 13 o asfalto cedeu. A recomendação é para que as pessoas não peguem a estrada em direção a essa região.
As BRs 277 e 376, que ligam Curitiba ao Litoral do Paraná e Santa Catarina, continuam totalmente interditadas nesta manhã de sábado por conta das chuvas desta sexta-feira (11) na região. A concessionária Ecovia, que administra a BR 277, prevê que apenas amanhã (domingo) o tráfego será liberado, caso as condições climáticas melhorem. Não há previsão de liberação na BR 376. A recomendação é para que as pessoas não viajem.
Na única rota alternativa para quem vai ao litoral de Santa Catarina, passando pela Serra Dona Francisca, o tempo médio de viagem chega a dez horas de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal. A PRF diz que o tráfego está fluindo com bastante lentidão em função do grande número de veículos.
Quem estiver em Curitiba e precisa viajar para Santa Catarina pode seguir pela BR-116 até o km 84, em São Cristóvão do Sul, acessar a BR-470 e chegar à BR-101 por Itajaí, no km 113. Quem precisa fazer o caminho inverso deve seguir pela BR-101 até o km 113, em Itajaí, acessar a BR-470, passando por Blumenau, Ibirama e Rio do Sul, até a cidade de São Cristóvão do Sul, e pegar a BR-116 até Curitiba.
Na BR 277 há uma fila de caminhões que retornam do Porto de Paranaguá para Curitiba. Demais motoristas voltaram e estão ocupando hotéis da região, que já estão lotados. Caminhoneiros relatam que não há equipes da Ecovia trabalhando no local e reclamam da falta de informações.


Clique sobre as linhas azuis ou sobre os pinos marcados no mapa para mais informações. Use as ferramentas no canto superior esquerdo do mapa para navegar.


Na sexta-feira a região litorânea foi atingida por fortes chuvas que causaram a queda de duas pontes na BR 277, uma sobre o Rio Jacareí (KM 18) e outra sobre o rio Sagrado (KM 26). No KM 13 o asfalto cedeu e o trecho ficou alagado. A praça de pedágio localizada no quilômetro 60 da BR foifechada com o bloqueio da rodovia.
Na BR 376, um deslizamento de terra bloqueou os dois sentidos do quilômetro 668 e, por volta das 16 horas desta sexta, um congestionamento na região provocou 25 quilômetros de fila de veículos na região. Equipes da Autopista, concessionária que administra o trecho, estão orientando os usuários e trabalhando para a liberação das pistas. A informação é que ainda chove em todo o trecho da BR-376.

    Fonte - Gazeta do Povo

Nenhum comentário: