Segundo a Defesa Civil, pelo menos 840 foram afetadas pela chuva e 73 estão desabrigadas. Morretes está sem abastecimento de água e 5 mil residências do Litoral estão sem luzDe acordo com a Defesa Civil do estado, só em Morretes e Antonina pelo menos 8 residências foram danificadas, 10 pessoas estão desalojadas e 73 desabrigadas. No total, 840 pessoas foram afetadas pela chuva nessas cidades.
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Volume de chuva
De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, entre quinta e sexta-feira choveu na região litorânea quase metade do esperado para todo o mês de março. Foram 115 milímetros de chuva na estação de Morretes. A média histórica para o mês é de 268 milímetros.
Abastecimento
A Sanepar informou que toda a cidade está sem água. Em nota, a empresa informou que o sistema de tratamento foi afetado por danos na rede de energia elétrica. Equipes estão trabalhando para resolver o problema, mas não há previsão para a retomada do abastecimento.
Por volta das 10h30, o acesso ao município pela PR-408 foi restabelecido. Os motoristas que vinham pela BR-277 e tentavam chegar na cidade pela PR-408 não conseguiam passar em razão do grande volume de água do Rio Marumbi, que cobria a pista.
IFPR suspende aulas em Paranaguá
Em nota enviada à imprensa, o Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Paranaguá, informou que vai suspender as aulas do período noturno nesta sexta-feira (11), por conta da chuva. A instituição declarou que a medida foi tomada visando a segurança dos alunos.
Ainda por conta da chuva, incrições para a especialização em Gestão Ambiental que se encerravam nesta sexta-feira (11) às 17 horas, serão prorrogadas até o próximo dia 16 de março.
Segundo informações da Copel, 5.278 residências estão sem energia em Morretes, Guaraqueçaba e nos distritos de Rio Sagrado e Marumbi. A cidade mais afetada pela chuva foi Morretes, onde 1.576 estão sem luz, 20% do total da cidade. Segundo a Copel, técnicos da empresa estão tendo dificuldades para chegar nas áreas afetadas e realizar os reparos.
Há registro de alagamentos nas comunidades de Rocio, Marta, Vila Ferroviária, América, Raia Velha, além da região central. De acordo com oMajor Edemilson Barros, comandante do Corpo de Bombeiros no Litoral, o período de chuvas coincidiu com a maré alta. Com isso, os rios Nhundiaquara e São João não conseguiram ter a vazão necessária.
Porém, foi o Rio Marumbi que transbordou e atingiu os bairros. "Caso os outros rios tivessem transbordado também, a situação seria bem pior", declarou o prefeito de Morretes, Hamilton de Paula. Segundo ele, a cidade aguarda parecer da defesa civil para saber se a situação decretada no município será de calamidade pública.
A região central, próximo à rodoviária, estava totalmente alagada e carros de pequeno porte não conseguiam atravessar o local. Comerciantes da região, que foram acordados na madrugada, por volta das 4 horas da madrugada, quando a chuva foi bastante intensa, limpavam as lojas e mantinham as mercadorias erguidas.
Sete equipes dos bombeiros trabalham com embarcações para fazer a retirada das pessoas afetadas. A moradora do bairro América de Cima, Maria de Lurdes Alencar, de 84 anos, teve que ser retirada às pressas de casa. Ela precisou enfrentar a água em uma cadeira de rodas após sair do hospital na região central, trazida pela neta Geania, que foi buscá-la em casa ainda de madrugada, quando a casa foi atingida.
Rocio
No bairro mais afetado de Morretes, o Rocio, os moradores saíram das casas com a água na altura do peito durante a madrugada. Na manhã desta sexta-feira(11), por volta das 9h30, moradores voltaram para salvar o que conseguiram. A casa do motorista Edson Sidival Cardoso ficou com água próximo da janela e ele conseguiu salvar poucas roupas e um colchão.
As famílias desabrigadas estão sendo encaminhadas para o Colégio Rocha Pombo, onde serão atendidas pela Defesa Civil. A membro da Desefa Civil de Morretes, Elaine Delay, afirmou que foi realizado em pedido para a defesa civil estadual para o envio de colchões e materiais de higiene. Por enquanto, doações não são necessárias. Cerca de 15 famílias estavam abrigadas no colégio por volta das 11h30. Uma refeição estava sendo preparada aos moradores pelas merendeiras da escola.
De acordo com moradores, enchentes são comuns na cidade, mas há muito tempo não atingia o município em grandes proporções.
Outras cidades
Em Antonina, deslizamentos de terra atingiram casas nos bairros de Caixa d'Água e Laranjeira. Residências também ficaram alagadas no bairro de Itapema. Em Paranaguá, a região mais afetada foi o distrito de Alexandra, onde várias casas foram invadidas pela água. Casas na beira da BR 277, a cerca de oito quilômetros antes de Paranaguá, estavam totalmente cobertas pela água. Era possível enxergar somente parte do telhado.
No bairro Cubatão, em Guaratuba, a chuva também provocou alagamentos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o Rio Cubatão atingiu cerca de 40 centímetros acima do nível do solo e invadiu as casas. Quatro embarcações da corporação estão prestando assistência aos moradores e outras três estão sendo deslocadas. Apesar de ter uma escola à disposição dos desabrigados, as pessoas não querem deixar suas casas.
Fonte - FERNANDA TRISOTTO, ISADORA RUPP, GLADSON ANGELI E JULIANA GONÇALVES, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO
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