Total de visualizações

Visite nossa Fan Page

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tripulantes detidos em Paranaguá sob suspeita de crimes contra clandestino

Camaronês que entrou clandestinamente em um navio teria sido agredido e lançado ao mar, permanecendo à deriva por 11 horas.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal em Paranaguá estão apurando notícias de racismo, tortura e tentativa de homicídio que teriam ocorrido no mar territorial brasileiro.
Um camaronês, que entrou clandestinamente em um navio de bandeira maltesa e tripulação turca no Porto de Douala (Camarões), informou em depoimento que foi agredido verbal e fisicamente, além de ter sido privado de sono e mantido em uma pequena cabine, antes de ser obrigado a sair do navio, em mar aberto.

O homem permaneceu à deriva em um pallet (estrutura de madeira usada no transporte de cargas) por cerca de 11 horas, até ser resgatado por um navio que vinha do Chile. O fato teria ocorrido a aproximadamente 8 milhas náuticas da costa brasileira.


De acordo com seu depoimento, o cidadão camaronês permaneceu escondido por oito dias até que sua comida e água acabassem. Quando foi descoberto,  disse que levou chutes no peito e tapas no rosto, chegando a ficar desacordado. Em estado fragilizado, teria sido levado a uma cabine de 2x3m. Segundo ele, um dos agressores disse que “não gostava de preto” e que para ele “todos são animais”.

Ao longo da viagem, o clandestino recebia duas refeições diárias e, à noite, alguns tripulantes batiam na porta e na janela para evitar que ele dormisse. Depois de 11 dias no navio, por volta das 19h, o camaronês recebeu uma lanterna e 150 euros da tripulação e foi obrigado a sair do navio.

Em um primeiro momento, a tripulação do navio negou que tivesse ocorrido qualquer episódio envolvendo um clandestino a bordo. No entanto, em buscas e apreensões realizadas a pedido do MPF e autorizadas pela Justiça, foram arrecadados vários elementos que indicam a presença do camaronês no navio, tais como a compatibilidade da descrição de detalhes do interior da embarcação e, ainda mais contundente, a localização e apreensão de uma fotografia que a vítima escondeu com objetivo de comprovar sua permanência no local.

Liberdade vigiada – Para dar continuidade às investigações, toda a tripulação do navio está proibida de deixar Paranaguá, sob a vigilância da agência marítima. Esta liberdade vigiada foi solicitada pela DPF, com parecer favorável do MPF.

O MPF vem acompanhando as investigações diretamente, afins de, diante da complexidade dos fatos, garantir plenamente os direitos constitucionais, tanto da suposta vítima, quanto da tripulação sob investigação.  Assim que o Inquérito for concluído, o MPF verificará se oferece ou não denúncia contra a tripulação do navio.


Fonte - Correio do Litoral.com/Assessoria de Comunicação  da Procuradoria da República no Estado do Paraná



Brasil: Detida tripulação de navio turca por lançar ao mar passageiro ilegal





Os 19 tripulantes de nacionalidade turca de um navio de carga estão retidos em Paranaguá, perto de Curitiba, Brasil, a pedido da Polícia Federal (PF), por serem suspeitos de lançarem ao mar, a oito milhas náuticas (cerca de 15 km) da costa brasileira, um jovem camaronês que viajava na embarcação como clandestino.

 Em depoimentos prestados à PF e ao Ministério Público Federal, o jovem conta ter ficado 11 horas à deriva, durante a noite e a madrugada, boiando sobre um palete de madeira que lhe foi atirado pelos marinheiros para servir como boia.
Arrastado pelas correntes marítimas, o jovem foi resgatado por outro navio, que entrou em contacto com a Marinha do Brasil e providenciou cuidados médicos. «Segundo o médico, ele estava desidratado, confuso, mas não precisou de internamento», disse o procurador federal que lidera a investigação.
O camaronês, cuja identidade não foi revelada, tem cerca de 20 anos de idade e está hospedado num hotel em Paranaguá, à custa da Unimar, agência marítima que contactou o navio para o transporte de uma carga de açúcar a partir de Paranaguá. O homem permanecerá no Brasil ao menos até ao fim das investigações.
O caso ocorreu no final de junho, tendo o navio Seref Kuru, de bandeira maltesa, chegado ao porto de Paranaguá, vazio, no dia 27. Na sexta-feira passada, a embarcação atracou por determinação da Justiça Federal. Os tripulantes tiveram os passaportes retidos e estão sob vigilância até à conclusão do inquérito.
«Trabalhamos, inclusivamente, com a hipótese de homicídio com dolo eventual. Ou seja, assumiu-se o risco de que o jovem poderia morrer ao ser lançado ao mar», afirmou Oliveira. Segundo o inquérito, o rapaz afirmou ter entrado encondido no navio no dia 13 de junho, nos Camarões.
Oito dias depois, como a sua comida acabara, o rapaz resolveu entregar-se à tripulação. «A partir daí, disse ter sido vítima de racismo e de tortura física e psicológica. Dias depois, lançaram-no ao mar dizendo que nadasse até à costa brasileira, o que seria praticamente impossível. Ele teve sorte de as correntes o levarem até à rota de outro navio», afirmou o procurador federal.
De acordo com Oliveira, o caso do jovem camaronês não é isolado. «Existe hoje, em África, uma máfia que vende imigração clandestina nos moldes dos ´coiotes` do deserto mexicano (que levam imigrantes ilegais para os EUA). A diferença é que, em África, eles embarcam sem saber onde vão chegar», afirma.
Fonte - Diário Digital

Nenhum comentário: